Recentemente Tom Holland estampou a capa e concedeu uma entrevista para a revista Backstage, que pode ser conferida abaixo:
Para um ator que diz que já alcançou tudo o que poderia possivelmente querer alcançar, Tom Holland ainda está encontrando maneiras de engajar, desafiar e testar seus limites físicos como nunca antes. Mais conhecido por seu papel como Homem-Aranha, Holland está seguindo para além do universo da Marvel em papéis que o veem indo a fundo e amadurecendo na tela de formas novas e animadoras, incluindo “Cherry – Inocência Perdida”, dos diretores de “Capitão América: Guerra Civil”, “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”, Joe e Anthony Russo. Ele respondeu o nosso questionário do Backstage 5 para dar uma revisitada no passado e refletir sobre aqueles que mais influenciaram sua carreira.
Qual o seu conselho número 1?
Eu tenho esse truquezinho que eu costumava fazer onde eu errava algo feio na primeira tomada de propósito, então o diretor de elenco ficaria tipo “Você deveria tentar fazer um pouco mais desse jeito”. Então eu faria como planejava desde o começo, e isso mostraria a eles que eu sou muito bom em aceitar direções. Esse é o pequeno truque que eu costumava fazer, só pra meio que mostrar pras pessoas que sou maleável e capaz de trabalhar com outros.
Isso é ótimo. Quando você percebeu que isso funciona?
Eu não sei daonde eu tirei isso! Eu só comecei a fazer um dia mas tem ajudado muito. Às vezes complica um pouco quando eles perguntam “Então, por que você fez essa escolha com essa fala? Por que você falou assim?” e você fica “Droga. Huumm… por causa da pesquisa que eu fiz ontem!”. Pode se voltar contra você, mas tem me ajudado muito na minha curta carreira.
Você tem alguma história de terror de alguma audição que pode compartilhar?
Eu tenho algumas. Já li as falas erradas na audição errada antes. Eu lembro da minha audição para “Star Wars”, era tipo minha quarta ou quinta audição, e eu acho que era pro papel do John Boyega. Me lembro de fazer uma cena com uma mulher, coitada, ela era um drone. Então eu estava todo tipo “Nós temos que voltar para a nave!” e ela ficava “Bleep, bloop bloop, bleep bloop”. Eu não conseguia parar de rir, achei tão engraçado. E eu me senti muito mal porque ela estava tentando muito ser um android ou drone convincente, não sei como se chamam. É, eu obviamente não consegui o papel. Não foi meu melhor momento.
Que conselho você daria para superar a rejeição como um ator?
Lembro de ter tido uma conversa muito informativa com meu pai. Tem um filme chamado “Criminosos de Novembro”, Ansel Elgort foi o protagonista daquele filme. Eu estava nas audições e cheguei muito perto, e pensei que aquele filme seria meu primeiro passo numa carreira de jovem-adulto. Não consegui o papel e aquilo me abalou de verdade, lembro de ficar com muita raiva por causa disso. Então meu pai me sentou e nós conversamos sobre lidar com rejeição. Ele teve que lidar com rejeição a vida inteira em sua carreira, e ele foi muito bondoso e disse “Filho, isso é parte do sucesso. Se você ganhasse o tempo todo, ganhar viraria perder”. É como se eu conseguisse acertar a bola em menos de 4 tacadas no golfe todo dia, ficaria muito chato. Você precisa perder para que a vitória sinta como uma vitória.
Você tem um mentor na atuação?
Duas pessoas vem à mente. Minha vida mudou tão rápido e tão drasticamente desde que fui escolhido como o Homem-Aranha. Uma pessoa foi – pela forma como ele se comportava no set – Robert Downey Jr. Ele é o padrinho do MCU e uma das maiores estrelas de cinema do mundo. Ele é tão profissional, tão bondoso, ele trata todo mundo no set com respeito. Ele nunca se atrasa e sabe o nome de todo mundo, então para mim foi o modelo perfeito pois eu ficava “Bom, se ele é assim e é a maior estrela de cinema no mundo então eu tenho que ser assim, pois eu não sou a maior estrela de cinema no mundo e não tem espaço pra mim não ser tão respeitoso quanto ele”.
A segunda pessoa seria provavelmente a Zendaya. Quando começamos a filmar o primeiro filme do Homem-Aranha, ela, Jacob [Batalon] e eu nos tornamos melhores amigos. Ela foi de muita ajuda no processo de mudança na minha vida, porque não apenas você está fazendo filmes grandes e viajando o mundo, mas também todo mundo começa a saber quem você é. E você precisa se comportar diferente. Você tem a responsabilidade de meio que sustentar essa ideia de ser um modelo para os mais novos, e ela com certeza é a melhor nisso. Você não consegue achar nada contra a Zendaya, ela é tipo a pessoa perfeita. Foi tão maravilhoso ter alguém como ela do meu lado pra me ajudar a crescer nesse processo. E sim eu cometi erros, eu tive uma fase em que eu odiava tirar fotos com as pessoas e ficava “Não, não, não, me deixa em paz!”. Ela realmente me ensinou, ela ficava tipo “Isso provavelmente te estressa mais do que dizer sim e ficar de boa com isso”. Ela estava tão certa. Isso tornou todo o processo muito melhor. Tê-la como amiga tem sido tão valioso para o sucesso e felicidade da minha carreira e vida.
E, finalmente, qual é uma performance na tela que todo ator deveria ver e por quê?
“As Duas Faces de Um Crime”. Edward Norton. Richard Gere. Ele está tão bom nesse filme, e eu sempre meio que aspirei a interpretar um papel como aquele. Aquela performance naquele filme é sem defeitos.