Está quase 27°C em uma segunda-feira de outubro na cidade de Nova York, mas os nova-iorquinos entrando e saindo de um lounge no Greenwich Hotel estão comprometidos com suas estéticas de outono. O hotel, por sua vez, também abraça a essência do outono: graças a uma lareira crepitante em um monumental estilo de cabana de caça, o lounge mal iluminado também está a 27°C.
Tom Holland está sentado em uma poltrona de seda listrada, próxima à lareira. Ele veste tênis brancos da marca On, calças largas e um moletom marfim, que remove rapidamente, murmurando um pedido de desculpas enquanto a camiseta sobe junto com ele. Livre do moletom, ele se recosta na cadeira. Ao fundo, prateleiras de livros antigos e a cabeça empalhada de um antílope compõem o cenário. A luz do fogo e de um abajur com uma cúpula vermelha desproporcional — quase viva em sua imponência — ilumina-o pela direita. Cada traço do rosto de Holland, especialmente a covinha em seu queixo, ganha profundidade nas sombras. Ele parece prestes a ler um dos volumes atrás dele, uma impressão reforçada por seu sotaque inglês, amigável e sem pretensão — mais próximo de Harry Potter do que de um Príncipe William.
“Meu sotaque irrita meus pais”, ele admite. “Eles falam muito bem, e gosto de pensar que meu sotaque está um degrau abaixo disso.” Ele ri ao mencionar que o sotaque de seu irmão Harry é “muito pior” que o dele. “Ele acha que é, tipo, do East End? Isso deixa meus pais loucos.”
Enquanto isso, estou tentando identificar em Holland sinais de um carisma incomum, conhecido online como “rizz”. “Tom é o mestre supremo do rizz”, declarou Timothée Chalamet em uma entrevista recente ao LADbible TV. “A Internet sabe disso. Zendaya sabe disso. Todo mundo sabe disso.” É verdade que as redes sociais explodem de comentários toda vez que Holland aparece, especialmente ao lado de Zendaya, a superestrela com quem ele namora há anos. Mas, pessoalmente, é difícil traduzir esse magnetismo em palavras. “É algo meio intangível,” explica Jon Watts, diretor de Homem-Aranha. “Você olha para ele e simplesmente gosta dele.”
Não me entenda mal: é fácil perceber que o ator de 28 anos possui os pré-requisitos clássicos do carisma. Ele é encantador, inteligente e confiante. E quem já assistiu à sua performance no Lip Sync Battle de 2017 — onde, ao som de “Umbrella” de Rihanna, ele dança com energia contagiante, vestindo um espartilho e shorts de couro, encerrando com um salto mortal para trás em um palco inundado — sabe que ele tem habilidades ocultas, quase infinitas. Ainda assim, sentado nesse canto do lounge do hotel, Holland transmite menos sofisticação e mais uma sinceridade desarmante.
Talvez isso se deva ao fato de ele não estar aqui para promover um filme. Na verdade, Tom Holland está emergindo de um ano sabático da atuação. “Era algo que eu precisava fazer”, ele explica. “Eu estava atuando sem parar desde os 11 anos.” Foi nessa idade que ele fez audições para Billy Elliot: The Musical em Londres. Poucos anos depois, foi escalado para O Impossível, ao lado de Naomi Watts, e posteriormente como Homem-Aranha em Capitão América: Guerra Civil (2016). Desde então, interpretou o super-herói em dois filmes dos Vingadores e três filmes solo, com um quarto já planejado. Durante esse período, também encarou papéis desafiadores em filmes como Cherry — onde seu personagem enfrenta amor, combate, vício e assalto a banco — e Entre Estranhos, um thriller psicológico no qual interpreta um jovem no centro de um crime perturbador. Além do próximo filme do Homem-Aranha, ele se juntará a Matt Damon e Zendaya em uma produção de Christopher Nolan prevista para 2026.
Esse ano sabático foi mais do que uma pausa: foi um respiro antes de um novo capítulo, permitindo que ele se reposicionasse para continuar sua ascensão meteórica em Hollywood enquanto aproveita as recompensas dessa trajetória. Ele dedica tempo à sua casa em Londres, sempre cheia de amigos e familiares. Pratica carpintaria e joga golfe com frequência — e com excelência (seu handicap é 2,9). Recentemente, ele e seus dois irmãos participaram de um torneio ao lado do golfista profissional inglês Tommy Fleetwood e venceram. “Foi o melhor dia da minha vida. Liguei para minha namorada e disse: ‘Olha, estou pensando em me tornar profissional’”, ele brinca. Ele e Zendaya compartilham um cachorro, Noon, e recentemente adotaram outro, uma Doberman chamada Daphne. “Ela é tão fofa, cara, é até uma piada,” ele diz, exibindo uma foto do filhote com cara de culpado. “Aqui está ela, encrencada porque acabou de fazer cocô na minha casa.” (O carisma de Holland brilha em momentos como este.) Ele não possui o charme superficial que muitas vezes associamos a super-heróis. O que ele tem é algo muito mais autêntico e difícil de replicar.
A sinceridade de Holland permanece evidente, mesmo quando ele discute sua nova linha de cervejas não alcoólicas, Bero, que está promovendo atualmente. Após nossa conversa, ele participará de um evento para apresentar a marca a dezenas de bartenders. Em meio à proliferação de produtos de celebridades — uma tendência pela qual Danny DeVito merece mais crédito (antes de Casamigos, havia o Limoncello Premium de DeVito) —, já estamos acostumados a ver atores soarem mecânicos ao promover suas marcas. Mas Holland se anima genuinamente ao falar da Bero. Para ele, é algo pessoal.
Em janeiro de 2022, ele decidiu fazer uma pausa de um mês no consumo de álcool. Durante esse período, percebeu o quanto o álcool estava integrado à sua vida social. “Toda sexta-feira após o trabalho era uma zona perdida: vamos nos embebedar e nos divertir. Eu não tive experiências ruins, mas bebia o suficiente para arruinar o dia seguint,” ele admite. Foi o bastante para ter uma conversa séria com seu médico sobre seu fígado. Muitas vezes, ele sentia vontade de beber em eventos sociais e achou o primeiro mês de sobriedade desconcertantemente difícil. Ele lembra de uma vez em que levou um de seus irmãos a uma noite de pôquer. No meio do evento, pediu ao irmão que dirigisse na volta, pois sentia que precisava de uma bebida para se divertir. O irmão ficou surpreso. “Foi um momento revelador para mim e para ele,” Holland reflete. “É muito útil quando as pessoas mais próximas começam a perguntar: ‘Você tem certeza?’” Ele decidiu prolongar o desafio por mais um mês, depois três, e então seis.
Ele começou a perceber os benefícios. Adorava acordar cedo aos sábados para jogar golfe — algo impensável antes, considerando as noites de sexta-feira. Também percebeu que lidava melhor com situações estressantes. Alguns meses após sua sobriedade, em maio de 2022, estava no set de Entre Estranhos, trabalhando ao lado de Amanda Seyfried e Emmy Rossum. “Havia muita tensão no set. Não era um ambiente harmonioso, havia muita discussão e atrito” ele diz, destacando que esses desentendimentos não eram debates criativos, os quais ele sempre aceita, mesmo quando intensos. O projeto se tornou um verdadeiro teste para um ator recém-sóbrio. “Pensei: se eu começar a beber de novo agora, com tudo isso acontecendo, vai piorar, certo?”
Ele se adaptou à sobriedade sem recorrer a tratamento formal. “Sou muito teimoso. Quando decido fazer algo, vou até o fim” afirma. “Me apoiei muito em pessoas próximas: família, amigos, antigos colegas, novos colegas, pessoas que estenderam a mão e que também estavam sóbrias.” De fato, ele teve uma conversa marcante nesta mesma cadeira, ao lado do mesmo antílope, no início de sua jornada de sobriedade. Estava passando por uma semana difícil e sentia vontade de beber. Seu advogado o visitou no hotel para uma conversa. “Ele me deu um conselho realmente tocante que me ajudou a superar aquele momento: ‘Você nunca vai acordar na manhã seguinte a uma noite fora e desejar ter bebido.’ Esse conselho fez total sentido para mim, porque meu problema era que eu tomava uma bebida e ficava bem, mas depois exagerava.”
Após seis meses sem álcool, ele pensou em sair do casulo da sobriedade com uma festa para comemorar seus 26 anos, mas, a essa altura, ele já não queria mais. Agora, mais de dois anos sóbrio, ele se tornou um verdadeiro defensor do estilo de vida sóbrio — um ícone para uma geração de jovens adultos que optaram por parar ou reduzir o consumo de álcool.
“Você vê muitas manchetes sugerindo que são os jovens de 20 e poucos anos da Geração Z que não estão mais bebendo”, diz John Herman, CEO da Bero, que trabalha com Holland há um ano. “E isso é verdade até certo ponto.” (Uma pesquisa recente da Gallup revelou que a porcentagem de americanos com menos de 35 anos que dizem beber caiu para 59%, contra 72% no início dos anos 2000.) “Mas se você olhar para o último Janeiro Seco, cerca de 30% das pessoas na faixa etária de 35 a 54 anos participaram, e isso é enorme. Há uma mudança no comportamento do consumidor que está apenas começando, mas já está muito mais avançada do que há cinco anos. Você simplesmente não precisa lutar contra a corrente.”
As cervejas sem álcool desempenharam um papel importante para Holland durante seu primeiro ano de sobriedade. “Meus amigos? Grandes bebedores. Golfe. Pubs. Feriados dos rapazes. E nenhum deles nunca me fez sentir mal por não beber no bar“, ele diz. Mas ainda assim, queria se sentir mais integrado ao ambiente dos bares e ficou frustrado com as opções disponíveis. Ele estava convencido de que a Bero deveria ter a espuma certa, por exemplo. “Muitas dessas cervejas sem álcool, você as serve e fica com aquela espuma horrível, como meio litro de suco de maçã“, ele observa. As primeiras versões do Bero, ele acrescenta, eram às vezes excessivamente espumosas. “Eles me enviavam as amostras para Londres e eu ficava tipo…” — ele imita uma explosão com as mãos — “explodindo minha mente.”
O produto final tem a espuma ideal e vem em três variações, com nomes acolhedores, como os de suéteres da J.Crew: Kingston Golden Pils, Edge Hill Hazy IPA e Noon Wheat, em homenagem ao cachorro dele e de Zendaya. Uma cerveja preta está em desenvolvimento. Holland sabe que o lançamento da Bero aumentou a pressão sobre sua sobriedade — um coquetel pode facilmente virar manchete — mas ele acredita que a atenção ajudará a manter-se no caminho certo. “Você não pode cantar essa música e depois não andar conforme“, ele diz. “Acho que parte de mim, quando anunciei, quase senti uma sensação de vingança ou alívio.”
Não há nada forçado na maneira como Holland fala sobre sua sobriedade: ele não exagera nas dificuldades e é pragmático sobre suas conquistas. Herman diz que ficou surpreso com o quanto Holland manteve o autocontrole diante de sua fama. “No fundo, ele é apenas um cara normal, muito próximo de seus amigos e familiares.” Ao ouvir Holland falar sobre sua sobriedade, dá a impressão de que, por mais profunda que tenha sido a mudança para ele, é apenas mais uma transformação em uma longa sequência de mudanças dramáticas.
Os atores frequentemente precisam mudar seus corpos para se adaptar aos papéis, especialmente em filmes de super-heróis. Isso é verdade mesmo quando o herói que você interpreta precisa ser mais leve. Na última década, Holland oscilou entre o pico de condicionamento físico e a perda de peso extrema, enquanto equilibrava as aparições como Homem-Aranha com projetos como Cherry e Entre Estranhos. Em um dia comum, ele come apenas uma refeição — ele cozinha chili com carne ou algo semelhante em casa — mas, ao perder peso para Entre Estranhos, ele se restringiu ainda mais, um processo que ele descreve como “extremamente doloroso.”
Ele prefere ganhar massa para os papéis e atualmente está tentando engordar para seus próximos projetos, embora suas escolhas alimentares espartanas apresentem um desafio. “Eu realmente preciso me forçar a comer três vezes ao dia. Café da manhã, almoço e jantar são uma quantidade absurda de comida para mim.”
Holland tem aprimorado seu físico para papéis desde que foi escalado para Billy Elliot, que estreou no Victoria Palace Theatre em Londres em 2005. O diretor da White Lodge, da Royal Ballet School, o descobriu durante uma apresentação de seu clube de dança de rua. O ator treinou dança e acrobacia por mais de dois anos antes de subir ao palco como Billy. “O espetáculo foi incrivelmente desgastante para o corpo. Eu não conseguiria fazer isso agora. Eu, com 11 anos, me destruiria hoje em uma corrida de fitness”, ele brinca. Quando voltou para a escola após o show, ficou surpreso ao perceber que estava muito mais rápido do que seus colegas de classe. Fitness, ele percebeu, era algo em que ele realmente se destacava.
Sua habilidade com acrobacias o ajudou mais tarde, quando fez o teste para interpretar o Homem-Aranha. “Ele era tão jovem, doce e simplesmente encantador, e então, durante a audição, ele fez um backflip completo, um backflip em pé, e também era muito bom na fita”, lembra Jon Watts, que dirigiu Holland nos três primeiros filmes do Homem-Aranha. “Foi como assistir a um vídeo do verdadeiro Peter Parker.”
“Tom é alguém que se importa profundamente com os outros. Ele tem um senso de responsabilidade e dever”, diz o diretor Joe Russo, que, junto com seu irmão Anthony Russo, dirigiu Holland em Capitão América: Guerra Civil, sua estreia como Homem-Aranha, e depois em Cherry. Na época, eles estavam procurando “todas as crianças sob todas as pedras em todos os países” para encontrar o próximo Homem-Aranha. Um dia, a diretora de elenco Sarah Finn ligou para dizer que havia encontrado o cara deles. “Ele era tudo o que me lembrava o que eu amava em Peter Parker quando criança”, lembra Russo. “E ele tinha algo mais: uma estrela de cinema. Ele tinha aquela qualidade de estrela, o carisma, a confiança, a energia.” Russo também se lembra de como Holland impressionou na audição: “Ele entrou fazendo um flip!” (Nota para jovens atores: o deslumbramento clássico nunca é demais.)
Os desafios físicos não pararam por aí. Para Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, no qual Holland diz estar mais em forma do que aos 11 anos, ele trabalhou com Duffy Gaver, um treinador de heróis modernos, conhecido por treinar astros como Brad Pitt para Troia e Chris Hemsworth para Thor. Holland aprecia o estilo de Gaver, que é mais tranquilo e focado. O ator não responde bem ao estilo militarista do tipo “faça 20 flexões”, e gostou que, quando Gaver o submetia a um treino pesado às 5 da manhã de uma segunda-feira, antes de um dia de trabalho de 12 horas, ele dizia: “Veja até onde você chega.” (E Holland sempre terminava os treinos.)
Isso não significa que Gaver tenha aliviado a carga. Antes de No Way Home, Holland e um amigo com quem treinava faziam treinos diários de HIIT. “Ficamos em uma forma absurda. Estávamos tão em forma”, ele diz. “Uma manhã de segunda-feira começava com um treino de uma hora: um pull-up, dois mergulhos, três flexões, quatro abdominais, cinco agachamentos – essa era a primeira rodada – e você basicamente vai até 10, com a última rodada sendo 10, 20, 30, 40, 50. Depois, você volta para 1. É um treino monstruoso.”
E funcionou. Um vídeo dos bastidores, que circulou online, mostrava Holland filmando acrobacias como Homem-Aranha. Ele corre entre carros estacionados em um lote, acertando todas as marcas, e salta de um trampolim para um salto frontal com energia e precisão impressionantes. “Peter Parkour”, brincou um comentarista.
À medida que se aproximava dos 30 anos, Holland começou a perceber que não seria capaz de fazer flips para sempre. Recentemente, ele estava na Cornualha, na costa sul da Inglaterra, com Zendaya e sua família, quando um de seus primos mais jovens perguntou se ele ainda conseguia fazer um backflip. Holland disse que sim, e o primo pediu que ele demonstrasse. “Então eu saí e me preparei, pensando, ‘Eu posso fazer isso. Eu posso fazer isso perfeitamente. Fiz isso milhares de vezes.’ E a Z estava lá, e ela disse, ‘Tem certeza de que ainda consegue fazer isso?'” Ele a tranquilizou, abaixou-se e se lançou. “Na verdade, eu aterrissei, mas acabei puxando todos os músculos do meu estômago, porque, quando você faz um backflip, a chave é esticar o máximo que puder e depois dobrar. Por semanas, eu não conseguia rir porque meu estômago estava tão dolorido. Estrelas – elas puxam todos os músculos de seus corpos tentando impressionar as crianças, assim como nós.”
À medida que nossa entrevista se aproxima do fim, os olhos de Holland começam a se desviar repetidamente para a porta da sala. A notícia de sua presença se espalhou, e mais e mais pessoas entram, lançando olhares furtivos enquanto fingem admirar o ambiente. Uma mulher se senta em uma poltrona próxima, de costas para nós, mas com os ombros tensos, como se estivesse prestando atenção na conversa. Em determinado momento, Holland para de falar no meio de uma frase. Ele se contorce, se encolhendo na poltrona até que sua parte superior do corpo esteja quase horizontal. “Aquela senhora está tirando uma foto”, ele diz, fazendo uma careta, antes de se endireitar. Eu me viro e vejo uma mulher de meia-idade, com o pescoço esticado enquanto olha fixamente para o telefone por cima dos óculos. Ela toca a tela, sem perceber que foi flagrada.
Embora Holland abrace a atenção de seus fãs, ele reconhece que, às vezes, ela pode ser limitante. Ele não pode, por exemplo, simplesmente ir a uma peça às 3 da tarde. “É sempre com antecedência, resolvemos tudo, ligamos para o teatro e nos certificamos de que podemos chegar a algum lugar mais privado”, ele diz, com um tom quase automático. Além da perspectiva de ser cercado por fãs, ele é sensível ao fato de que sua presença em um teatro pode chamar a atenção dos outros atores. Ele usa isso como justificativa para evitar a maioria dos eventos públicos não obrigatórios, com exceção das estreias de Zendaya, embora adicione que normalmente não caminha no tapete com ela. “Porque não é o meu momento, é o dela, e se formos juntos, é sobre nós.”
Ele vai ao supermercado, embora isso possa ser complicado por outros motivos. Recentemente, ele estava em um Whole Foods em Los Angeles quando uma briga, não relacionada a ele, estourou entre dois homens. “Eles estavam brigando bem atrás de mim”, lembra ele. Holland não pensou duas vezes: pulou na confusão e agarrou um dos homens, levando-o para longe. “Eu percebi que ele me reconheceu imediatamente, e você podia ver as rodas girando na cabeça dele, tipo, ‘Estou tão irritado, mas o Homem-Aranha está me dizendo para me acalmar'”, ele diz, rindo. “Então, sim, eu vou ao supermercado.”
Holland explicou que está sempre buscando formas de se distanciar da atuação, para viver uma vida mais tranquila e normal. Quando pergunto se Bero é uma espécie de rampa de saída, um passo para se afastar de Hollywood, ele esclarece que é um projeto de paixão. “Por enquanto, estou feliz sendo o Homem-Aranha.”
Uma vida normal, no entanto, está longe de ser algo que ele possa ter no momento. Embora ele diga com entusiasmo: “Quando eu tiver filhos, você não me verá mais nos filmes.” Ele imagina um futuro jogando golfe e sendo pai. “Golfe e pai. E eu simplesmente desaparecerei da face da terra.”
Mas, ao longo de nossa conversa, fiquei impressionado com o quão normal ele é. Holland poderia facilmente ter se tornado a ex-estrela infantil mais insuportável da Inglaterra, sua personalidade moldada por uma fama precoce e avassaladora. No entanto, ele se mostra surpreendentemente equilibrado, não apenas para uma jovem celebridade, mas para qualquer pessoa de 28 anos. Assim como Peter Parker frequentemente se surpreende com suas próprias habilidades, Holland ainda parece impressionado com sua carreira. Quando peço a Jon Watts para descrever o momento mais “Tom Holland” que ele já presenciou, ele responde sem hesitar: “Sua expressão no final da dança para ‘Umbrella’, onde ele fica tipo, ‘Ah, você não achou que eu poderia fazer isso, né?’ Ele está exausto, não acredita que acabou de fazer aquilo perfeitamente, e está tão feliz e orgulhoso. Eu adoro isso.”
O homem naquele vídeo definitivamente tem “rizz”. Mas ele não se resume a isso. “O que mais me impressiona”, diz Russo sobre Holland, “é que ele se tornou uma estrela de cinema internacional desde o momento em que o conhecemos até agora. Ele é perseguido pela imprensa, está em um relacionamento de alto perfil, e ainda assim, permanece exatamente o mesmo. Completamente genuíno, completamente sincero, e tão adorável quanto no dia em que entrou em nosso escritório para sua primeira audição.”
Seria uma simplificação excessiva dizer que Holland tem um “apelo ao homem comum”. Ele é, na verdade, um homem comum que, por meio de determinação e compromisso — a mesma “força de vontade” que o manteve sóbrio — chegou a circunstâncias extraordinárias. E, assim como Peter Parker, isso não o mudou nem um pouco.
RODADA RELÂMPAGO
Exercício de frenemy? Agachamento búlgaro com halter.
Música de treino? A nova música do Linkin Park, The Emptiness Machine.
Qual é o seu filme favorito? Não tenho vergonha de admitir: Avatar.
Último livro que você leu? Giovanni’s Room de James Baldwin
Da última vez que você chorou? Foi no funeral do meu avô, algumas semanas atrás. Lagrimas de felicidade. Ele teve uma vida incrível, foi bisavô e me ensinou carpintaria.
Qual foi a última coisa que você fez? Instalei alguns armários na nossa casa em Los Angeles. Eles ainda estão firmes e fortes.
Refeição que você faz para impressionar um parceiro? Recentemente, tenho feito um chili de lentilha delicioso, basicamente um chili com carne, mas substituindo por lentilhas.
Eufemismo para sexo? Essa é a minha dama; não vou entrar em detalhes!