Baseado, em parte, na saga ‘Guerra Civil’, publicada entre 2006-2007, evento do qual o filme compartilha o mesmo título, ‘Capitão América: Guerra Civil‘ se passa logo após os eventos de ‘Vingadores: A Era de Ultron’. Contando com mais de uma dúzia de personagens principais e outra de coadjuvantes, que incluem o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o Homem-Aranha (Tom Holland), todos se interligam em uma longa história sobre as ramificações de intervenção dos Estados Unidos em um mundo pós-11 de Setembro.
Capitão América (Chris Evans), Falcão (Sam Wilson), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) estão atrás de uma pista sobre um vilão, o Ossos Cruzados (Frank Grillo) em Lagos, na Nigéria. Porém, isso acaba provocando um grave incidente e, em razão disso, o secretário dos Estados Unidos, Thaddeus Ross (William Hurt) informa que a ONU, ganhando apoio de 117 países-membros, criou o Tratado de Sokovia. Tal tratado transmite a ideia de que os heróis podem ser tão letais quanto os vilões que combatem. Por meio dele, todos os super-heróis devem ficar sob a responsabilidade de uma comissão de uma organização internacional que irá decidir o local e o momento em que eles poderão atuar. Além disso, aqueles que se recusarem a assinar deverão se aposentar. Com tal situação posta em jogo, nasce uma divisão entre os grupos dos Vingadores, tendo Capitão América de um lado e Tony Stark (Robert Downey Jr.) de outro.
A grande questão é: não há apenas dois lados opostos se enfrentando. A dinâmica estabelecida diante deste impasse vai além, trazendo pessoas defendendo seus ideais mediante reflexões de como se deve estabelecer o equilíbrio entre limites (representando, sobretudo, responsabilidade) e liberdade. Com clima distópico, ‘Capitão América: Guerra Civil’ deixa o status de pura ficção e, com as suas entrelinhas, põe os telespectadores para refletir sobre questões reais.
A ação do filme é sólida e inspiradora. Com grandes oscilações, mas é assim que ele é capaz de se tornar um ótimo filme; abordagem emocional e pensativa que envolve os seus inúmeros personagens, incluindo o mais aguardado desde o seu anúncio: o Homem-Aranha (Tom Holland). O amigo da vizinhança está voltando de braços abertos para Marvel e todos esperavam que tal volta para casa fosse triunfal; tudo que podemos dizer é: com certeza foi! Não houve a repetição de histórias da qual estamos cansados de saber, como sobre como ganhou os seus poderes e como usou a frase de seu tio como um lema para lutar contra o crime em Nova York. “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, e nisso a Marvel acertou em cheio em nos apresentar um Peter Parker que, em pleno 2016, mesmo vivendo em um contexto tão distinto do de seus companheiros de combate ao crime, se mostra pronto para adentrar o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) e integrar o time de super-heróis nele contido, de modo incrivelmente complementador e satisfatório. Tudo isso sem atrapalhar a narrativa, mas ainda dando espaço para certo destaque a fim de mostrar o potencial de Tom Holland para o novo reboot, ‘Spider-Man: Homecoming’.
Pode-se dizer, portanto, que, apesar deste já ser o 13o filme do MCU, é um grande exemplo de produção atual que aumenta o nível dos filmes de super-heróis, demandando ainda mais elementos de sucesso para que seja possível superar tal produção em um futuro próximo.