A Vanity Fair divulgou hoje com exclusividade uma análise do mais novo filme do Tom Holland: Cherry.
Cherry é um filme que o desafia a tentar descrevê-lo em poucas linhas. É o primeiro filme dos Irmãos Russo após a conclusão épica de Vingadores: Ultimato, e reúne Tom Holland e Ciara Bravo nos personagens principais.
O personagem de Holland é volátil e vulnerável, um ninguém violento de Cleveland sem grandes sonhos para seguir. Cada solução para seus problemas apenas aprofunda mais ainda o problema: a graduação não está funcionando então ele se junta ao Exército para servir como Médico no Iraque. Ele volta para casa machucado e mal-assombrado e devido a isso começa a abusar de opioides para diminuir o PTSD (Estresse pós-traumático), mas para pagar por todas essas drogas, ele começa a assaltar bancos: quanto mais desesperado fica, mais bancos precisa roubar.
Cada passo é um degrau, uma progressão no abismo que você confere nas imagens a seguir:
É tentador falar sobre este filme, que chegará primeiro em alguns cinemas selecionados em 26 de fevereiro depois mundialmente no streaming da Apple TV+ em 12 de março. Um projeto menor e mais íntimo dos Irmãos Russo que fizeram alguns dos filmes mais grandiosos da Marvel. É, definitivamente, uma paixão para eles, mas Cherry também é um conto que se espalha pelo mundo, embora esteja trancado na mente do traficante de doce natureza e viciado do personagem de Tom Holland.
“Nós pensamos nisso como um filme épico, e é muito mais a jornada de vida de uma pessoa, mas tem um pouco de personalidade dividida entre ser estudo de personagem e um ciclo de vida épico” – Anthony Russo.
Eles descreveram Cherry como seis filmes em um, desde meados dos anos 2000 até os dias atuais.
“Ele viaja uma grande distância em um período de 15 anos. O filme é dividido em seis capítulos que refletem esses diferentes períodos e cada um tem um tom diferente. É filmado com lentes diferentes e também tem seu design de produção diferente. Um terá um mágico realismo, outro capítulo será um absurdo e também teremos um com um toque de terror. É cru em seu tom. Ele é um personagem em crise existencial”.
O filme é baseado no romance de Nico Walker e o roteiro foi escrito pela irmã dos cineastas, Angela Russo-Otstov e Jessica Goldberg.
Eles sentiram uma forte conexão com a história que não necessariamente espelha a deles. É perto o suficiente:
“Somos de Cleveland, assim como Nico. Curiosamente, conhecemos muitas pessoas que estão implícitas no livro. Acho que eles tem nomes e personalidades fictícias por lá… mas eu trabalhava no mesmo restaurante que Nico, com uma diferença de 10 anos. Então ele teve uma educação muito semelhante a nossa, mas uma jornada completamente diferente.”
Os Russo também queriam contar uma história sobre as pessoas em casa que estão sofrendo:
“Infelizmente, Ohio está no marco zero na luta contra a crise de opióides. Temos muitas pessoas em nossa família que faleceram ou morreram dessa crise, ou até mesmo que estão até hoje lutando contra o vício. Portanto, é um filme muito, muito pessoal para nós”.
A história de amor é a espinha dorsal do filme. Sem essa relação, tudo desmorona. A presença de Ciara Bravo é essencial no longa. É alguem que incorpora um senso de inocência, de garota dos sonhos, a que mora na porta ao lado.
Essa também é uma das qualidades que Tom Holland trouxe para a tela, de sua descoberta como uma criança resiliente tentando sobreviver a um tsunami em O Impossível (2012), ao atual “que coisa chata esse Peter Parker da Marvel“. Em Cherry, o jovem de 24 anos transforma essa infantilidade, permitindo que ela seja esmagada e arrancada dele pelas coisas mais duras que a vida pode jogar em uma pessoa.
Os Irmãos Russo sabem que isso pode soar como um desvio, e é por isso que escolheram Tom Holland para o papel.
“Quando Tom entrou na sala, 6 anos atrás, para ‘Guerra Civil’, ele era mais jovem e cru. Seu carisma simplesmente nos surpreendeu. Havia um charme sem esforço nele. Como ator, isso é muito difícil de replicar. Ele é tão simpático, sabíamos que precisaríamos de alguém com o carisma do Tom para evitar que o público se desligasse durante as partes mais sombrias do filme. Este também é um filme que deveria definir a experiência de ter PTSD, de ser viciado em opiódes. A missão ali é gerar empatia e não desdém e nem acusar. É fundamental que você tenha empatia com sua luta e jornada porque muitas pessoas estão passando por isso e estão tendo uma experiência muito humana. Acho que a empatia é extremamente escassa agora no mundo. E é uma tragédia”.
Cherry também dará a chance de Tom Holland mostrar uma presença de tela mais sombria.
“Tom é uma boa pessoa, ele é, mas não se deixa prender a isso. Ele é buscador, um artista, está sempre procurando, correndo atrás das coisas complicadas da vida. É um jovem ator, certo? Não o vimos fazer muito até agora. Isso é definitivamente algo que ele teve dentro de si o tempo todo. Nós apenas não conseguimos ver ainda. Joe e eu ficamos supresos ao ver como ele estava totalmente comprometido com cada faceta do personagem. Os lados mais sombrios e difíceis, ele realmente abraçou e correu para eles e tentou dar vida dentro de si mesmo de uma forma que muitos outros atores não conseguiram” – Anthony Russo
Cherry estreia em 12 de março no streaming da Apple TV+.